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Larissa Almeida
Publicado em 4 de junho de 2025 às 15:10
A adolescente de 17 anos que confessou ter enviado um bolo envenenado para Ana Luiza de Oliveira Neves, também de 17, agiu motivada por mágoas acumuladas ao longo de anos por ter sido "trocada" por diversos rapazes. A informação foi confirmada pelo delegado Vitor Santos de Jesus, responsável pela investigação. >
“Na verdade, não é um [rapaz], são vários. Ela alegou para mim que teria sido, vamos colocar assim, ada para trás, sido trocada, em várias ocasiões, mas são todos adolescentes”, afirmou o delegado, em entrevista divulgada pela Folha de S. Paulo. >
Apesar de os episódios não serem recentes – alguns ocorridos há um ou dois anos –, o ressentimento foi guardado até culminar no envenenamento da vítima. A jovem não revelou os nomes dos rapazes envolvidos, tratando o assunto como íntimo. >
Segundo o delegado, os adolescentes citados não têm relação direta com o crime. “Essas pessoas seriam incidentais, não teriam uma relação direta com o fato. Não colaboraram com nada, nem sabiam que ela estava com esse sentimento todo reprimido até hoje e que tomaria essas atitudes drásticas”, disse. >
Com base nisso, eles não devem ser ouvidos durante a investigação. “Não vejo necessidade de ouvi-los, até porque a gente não sabe a identidade deles porque ela não falou. A gente está se atendo realmente aos fatos: o que ela fez, como ela fez e por que ela fez”, completou Vitor. >
A adolescente foi apreendida e encaminhada à Fundação Casa, onde permanecerá internada provisoriamente por 45 dias. Caso seja condenada, poderá cumprir medida socioeducativa por até três anos. >
A polícia descobriu que foi uma colega de Ana Luiza de Oliveira Neves, 17 anos, que enviou o bolo com um bilhete anônimo para a casa dela, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, no último sábado (31). A adolescente morreu depois de comer a guloseima e ar mal. >
Pai da jovem, Silvio Ferreira das Neves informou que a colega da filha dormiu na casa deles de sábado (31) para domingo (1º). "Essa menina foi dormir lá em casa, acompanhou o caso todo. Viu [Ana Luiza] ando mal, viu a hora que a levei no hospital e, no outro dia, também viu minha menina caindo no banheiro e não demonstrou nenhuma reação... Depois da minha filha estando morta, ela ainda me cumprimentou e abraçou", contou o pai, em entrevista ao G1 SP. >
De acordo com informações do boletim de ocorrência, a irmã de Ana Luiza recebeu o bolo de pote em casa, no Parque Paraíso, por volta das 17h de sábado. Havia um bilhete com a frase "Um mimo pra garota mais linda que já vi" e, no verso, estava escrito Lulu Linda. >
Ana Luiza chegou em casa cerca de uma hora depois e comeu o bolo. Por volta das 18h50, ela começou a ar mal, foi levada ao hospital e retornou para casa. Segundo o pai, no domingo, a filha ou mal novamente, caindo no chão do banheiro, e morreu a caminho do hospital. >