Dia Mundial do Meio Ambiente reforça caminhos para futuro mais sustentável

O Dia Mundial do Meio Ambiente é celebrado nesta quinta-feira (5). A data, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1972, nasceu como um alerta global sobre os desafios ambientais e a necessidade de preservação dos recursos naturais do planeta. Todos os anos, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) define um tema central para orientar debates, ações e campanhas. Em 2025, o foco está na poluição plástica.

Neste ano, a celebração acontece sob a liderança da Coreia do Sul, país anfitrião do encontro, que também deve ser um marco nas negociações para a criação de um tratado internacional contra a poluição plástica, que a ONU espera concluir nesse ano. As metas incluem a redução da produção de plásticos de uso único, o fortalecimento de cadeias de reciclagem e a oferta de apoio técnico e financeiro a países em desenvolvimento para implementar políticas ambientais eficazes.

De acordo com entidade, em todo o planeta, a estimativa é de que 430 milhões de toneladas de plástico sejam produzidas anualmente. O debate deste ano também propõe ressignificar a relação da sociedade com esse material, investindo em novos caminhos para o reaproveitamento e a redução de impactos.

Nesse contexto, ganha força o conceito de economia circular, modelo que sugere reduzir o desperdício e manter os recursos em uso pelo maior tempo possível, por meio da reutilização, reciclagem e reinserção de materiais na cadeia produtiva. Segundo a engenheira ambiental Karina Barbosa, a ideia é substituir a lógica tradicional de "produzir, usar e descartar" por práticas que prolonguem a vida útil dos produtos e minimizem os impactos ambientais.

Ela ainda explicou as diferenças entre um modelo e outro. “A reciclagem mecânica é mais simples e barata, pois reaproveita plásticos por meio de processos físicos, como trituração e fusão, sem alterar sua estrutura química. Já a reciclagem química quebra os plásticos em componentes menores por reações químicas, permitindo reciclar plásticos mais complexos ou contaminados e recuperar matérias-primas para produzir novos plásticos de qualidade original”, detalhou.

No Reino Unido, empresas como a Recycling Technologies, têm ressignificado o uso do plástico. A companhia é responsável por desenvolver uma máquina de pirólise que transforma plásticos difíceis de reciclar, como filmes, sacolas e plásticos laminados, em Plaxx, um tipo de óleo que pode ser utilizado na fabricação de plásticos virgens de qualidade.

Em território brasileiro, algumas empresas também têm incorporado práticas sustentáveis ao dia a dia, como ateliês de moda que confeccionam roupas com sobras de tecidos, marcas que oferecem embalagens retornáveis, feiras sustentáveis que incentivam o consumo consciente e a logística reversa. Essas iniciativas mostram que é possível reduzir o impacto ambiental sem abrir mão da criatividade, da economia e da responsabilidade social.

O descarte correto de materiais também faz parte da lógica da economia circular, porque garante que os materiais cheguem aos lugares certos para serem reaproveitados, reciclados ou reinseridos na cadeia produtiva.

Salvador conta com Ecopontos, espaços de entrega voluntária, com estrutura física preparada para que a população possa encaminhar pequenos volumes de resíduos provenientes dos domicílios, a exemplo de Resíduos da Construção Civil (limite diário de 2 m²/dia/gerador, conforme legislação municipal), materiais recicláveis (papel, papelão, plástico, metal), resíduos volumosos e/ou inservíveis (sofá, geladeira, fogão), além de resíduos vegetais (poda de árvores).

Confira os locais:

Ecoponto Itaigara - Rua Wanderley de Pinho, s/n, Itaigara (o via Avenida ACM, atrás do Hiper Posto BR);

Ecoponto Itapuã - Rua Alto do Abaetê, s/n, Itapuã (em frente à sede do bloco Malê Debalê);

Ecoponto Mané Dendê - Rua Cardeal Jean, Alto da Terezinha;

Ecoponto Bom Jesus - Rua da Fonte Nova, s/n.

Saiba mais no site da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb).

Além de mobilizar o mundo em torno de um tema específico a cada ano, o Dia Mundial do Meio Ambiente está alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma agenda global da ONU que reúne 17 metas interligadas para enfrentar os principais desafios sociais, econômicos e ambientais até 2030. As ODS orientam ações contínuas em todo o planeta, como combate às mudanças climáticas, preservação dos ecossistemas e promoção de um desenvolvimento mais justo e sustentável.

Este ano, o debate ambiental ganha ainda mais força, já que o Brasil será sede da COP30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que acontece em novembro, em Belém do Pará. Pela primeira vez, o evento ocorre na Amazônia, o que reforça a importância da região para o equilíbrio climático global. A COP30 será também um marco dos dez anos do Acordo de Paris, reunindo líderes de todo o mundo para discutir medidas de combate à crise climática, preservação das florestas e financiamento de ações ambientais, especialmente em países em desenvolvimento.

Lista dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Erradicação da pobreza;

Fome zero e agricultura sustentável;

Saúde e bem-estar;

Educação de qualidade;

Igualdade de gênero;

Água potável e saneamento;

Energia limpa e ível;

Trabalho decente e crescimento econômico;

Indústria, inovação e infraestrutura;

Redução das desigualdades;

Cidades e comunidades sustentáveis;

Consumo e produção responsáveis;

Ação contra a mudança global do clima;

Vida na água;

Vida terrestre;

Paz, justiça e instituições eficazes;

Parcerias e meios de implementação.

O Projeto Mundo Sustentável é uma realização do jornal Correio com patrocínio da Tronox e da Unipar.